segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Comunicação

Por muitas vezes investimos em uma habilidade e ficamos àquem em outras. No caso da escrita, existem níveis de desenvolvimento que qualificam o estágio em que cada criança se encontra. Pensando sempre em compartilhar, trocar, evoluir e desenvolver, resolvemos publicar algumas informações que julgamos importantes e mesmo que lidemos com isso diariamente, nunca é demais falar sobre.
Já repassamos aos nossos professores em C.E, mas f
iquem à vontade para copiar e espalhar por aí!



Fases da escrita - Um diagnóstico de como a criança está construindo a escrita

Pré-silábico
Silábico
Silábico- Alfabético
Alfabético
A criança não relaciona a fala com a escrita.
A escrita é concebida como um desenho. Lê em gravuras, fotos e outros. Divide-se em duas fases:
Fase pictórica: fase caracterizada pelas garatujas, desenhos sem e com figuração.
Fase gráfica primitiva: são registros, símbolos e pseudoletras, onde letras e números são misturados.
Nesta fase a criança questiona muito o adulto sobre as coisas que vê no meio que a cerca.
Nesta fase propriamente dita a criança já difere as letras dos números, desenho e símbolos e já reconhece o papel das letras na escrita.
Para cada sílaba a criança representa por uma letra, vogal ou consoante.
Nesta fase surge a tentativa de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compõe uma escrita. É um período de maior importância evolutiva, pois é o surgimento do que Emilia Ferreiro denominou “hipótese silábica”, em que cada letra vale por uma sílaba.
Nesse período, as letras começam a adquirir valores sonoros (silábicos) com certa estabilidade, estabelecendo-se uma correspondência com o eixo qualitativo: as partes sonoras semelhantes entre as palavras começam a se exprimir por letras semelhantes, o que também é fonte de conflito para a criança quando, por exemplo, produz uma mesma escrita (AO) para palavras diferentes tais como pato e gato.

A criança escreve vogais consoantes e algumas sílabas, mas ainda existe uma troca ou falta de letras. Já tem valor sonoro.
A criança ensaia diversas soluções de compromisso sem conseguir absorver as perturbações que surgem.
O abandono da hipótese silábica torna-se necessário, buscando uma divisão que vá além da sílaba, isto é, procedendo a uma divisão da sílaba em sons menores, é possível à criança superar o conflito.
 Durante este período ocorrem grandes oscilações entre escrita silábica e alfabética, dando lugar a leituras e escritas que geralmente começam silabicamente e terminam alfabeticamente.
A escrita alfabética é a escrita convencional.
Constitui o final desta evolução. Ao chegar a este nível a criança já compreendeu que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba, e realiza sistematicamente uma análise sonora dos fonemas das palavras que vai escrever.
Descobre que não basta uma letra por sílaba e que também não se pode estabelecer nenhuma regularidade duplicando a quantidade de letras por sílaba (já que há sílabas que se escrevem com uma, duas, três ou mais letras).
Tudo isso, não significa que todas as dificuldades tenham sido superadas, pois a partir desse momento, a criança terá de se haver com as questões ortográficas (pelo lado qualitativo), uma vez que a identidade de som não garante a identidade de letras, nem a identidade de letra, a de som.
A criança finalmente já percebe a estrutura e o funcionamento do sistema de escrita porque apropriou-se desse conhecimento através de sua re-construção.

Fonte: Emília Ferreiro, 1997.

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